O jovem sírio Meghrik (nome fictício por razões de segurança) estava em um ônibus que partiu de Alepo para Al-Qamishli, no nordeste da Síria. Depois de algumas horas de viagem, o ônibus se aproximou de um posto de controle policial, mas se depararam com uma bandeira do grupo terrorista Estado Islâmico (EI).
O motorista desacelerou quando um jihadista do EI, vestido de uniforme preto, levantou a mão. Três militantes subiram para verificar as identidades dos passageiros. Meghrik estava sentado atrás, quando um deles perguntou: “Você é cristão?”. Meghrik respondeu: “Não”.
Os pais de Meghrik eram cristãos e o nome de sua família estava registrado sua carteira de identidade, mas ele não acreditava mais em Deus. Na verdade, ele achava o cristianismo “ridículo”.
“Você está mentindo. Seu nome diz que você é cristão. Venha comigo”, disse o jihadista. Nesse instante, Meghrik ficou paralisado pelo medo. Ser sequestrado pelo EI é o pior acontecimento para um cristão no Oriente Médio.
Meghrik saiu do ônibus, levando uma pequena sacola com ele. O soldado mostrou a identidade do jovem sírio ao comandante do posto de controle, que disse: “Você é um infiel. Você não pode continuar sua viagem”. Meghrik tentou explicar que não acreditava em Deus, mas foi ordenado a fechar sua boca.
Enviado para uma casa em Raqaa, no centro-norte da Síria, ele encontrou mais tarde em um tribunal do EI, diante de um juiz que olhou para sua identidade e concluiu que ele era cristão. “Você está condenado à morte”, disse o juiz.
Próximo à morte
Quando Meghrik ouviu as palavras, sentiu que estava num pesadelo. “Mas eu não sou cristão, não acredito no que meus pais me ensinaram”, ele disse. “Este é o veredicto”, respondeu o juiz.
Meghrik foi lançado numa prisão e, mais tarde, levado por homens vestidos de preto para ser executado. Eles amarraram seus braços, cobriram seus olhos e o empurraram para dentro de um carro. Depois de atravessar a cidade, chegaram numa área aberta. Havia sepulturas já escavadas para as pessoas condenadas à morte.
Eles tiraram a venda de Meghrik, que pode ver homens carregando suas armas. Lágrimas correram por seu rosto e ele se sentiu completamente desamparado. Segundos passaram, mas não houve tiros. Então um dos soldados gritou: “Você pode viver se você se converter ao Islã”. Não vendo outra saída, o jovem respondeu: “Eu vou me converter”.
Os homens o tiraram do buraco e o colocaram novamente na prisão. Ele se sentiu aliviado, mas outro homem que estava na cela disse: “Se converter é inútil. Eles podem te matar de qualquer maneira”.
Livramento
No dia seguinte, os soldados o levaram para ser interrogado e torturado. Ele recebeu 30 chicotadas nos dois dias seguintes. No quarto dia, ele enfrentou uma nova acusação. “Verificamos o seu celular. Você insultou o Profeta Maomé”, disse um dos homens. “Amanhã vamos matar você. Você vai ser colocado dentro de um carro-bomba ou vamos te matar de outra maneira”.
Felizmente, isso nunca aconteceu. Meghrik foi levado para outro juiz do EI, que decidiu que ele seria libertado em breve. Dez dias depois de ter sido sequestrado, Meghrik saiu da prisão com um documento que lhe dava o direito de passar pelos postos de controle e voltar para casa, junto com seus pais.
Depois de ter sobrevivido, o jovem sírio, que era cético, teve a certeza de que foi libertado por uma resposta de oração.
“No momento em que me jogaram no buraco para me matar, eu disse a Deus: ‘Se Você existe, por favor, me dê a chance de Te conhecer’”, Meghrik revela. Ele continuou orando pela libertação, embora tenha sido forçado a se converter ao Islã e depois torturado. “Deus mudou o coração do juiz e me libertou”, afirma.
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