Hoje de manhã, fui incomodado por uma pergunta que, embora velha, ainda não foi devidamente respondida. Ignorando debates rasos e conferências sem profundidade, saí a procurar uma resposta que fugisse aos sítios costumeiros. A questão, querido leitor, pode ser elaborada em nove palavras: “Qual a diferença entre o comunismo e o nazismo?”. Se nos afinarmos pela cartilha do esquerdismo latino-americano, sempre tão tosco e tão caricato, diremos que o segundo representa a opressão, e o primeiro, a liberdade. Todavia, não há diferenças substanciais entre ambos.
A história do século XX mostra que Hitler e Stalin eram resíduos da mesma estrumeira. Um mentia, torturava e matava à esquerda; o outro fazia o mesmo à direita. O alemão, a propósito, tinha no russo um mestre consumado.
Logo, o antônimo do comunismo não é o nazismo; entre ambos os ideários sempre houve perfeita consonância. A contraposição comunista também não é o capitalismo. Haja vista a economia da extinta União Soviética. Embora mítica e belamente maquiada, era mais selvagem e injusta do que a do Ocidente. Por essa razão, não divisamos notáveis contrariedades entre comunistas e nazistas, pois as digitais destes identificam os crimes e corrupções daqueles.
Sim, não há diferenças entre os crimes de Stalin e de Hitler. Ambos destruíram pessoas, etnias e nações; saquearam e roubaram países indefesos; torceram a verdade e promoveram a mentira; suprimiram a liberdade e minaram as bases da democracia. Se o nazista odiava os judeus, o comunista não os tolerava. Não sei como eles se haverão no Juízo Final. Embora hajam escapado à justiça temporal, não poderão fugir à eterna. Ali, perante o Juiz de toda a Terra, nenhum foro os privilegiará.
Imitando-os servilmente, tiranos e ditadores apresentam-se vez por outra como salvadores dos incautos. Uns à esquerda, com a foice e o martelo. Outros à direita, com a suástica e o feixe de varas. E, cada um do seu jeito, oprime, corrompe, rouba e mata. Vem Mao Tse-Tung e ceifa cem milhões de vidas chinesas. Surge Pol Pot e conduz à morte mais de dois milhões de cambojanos. Na América Latina, chegam Castro, Guevara, Chaves e alguns brasileiros bem dispostos a seguir-lhes os desatinos. Todos eles, acompanhados de Franco e Salazar, em nada diferem de Hitler e Stalin.
Portanto, o antônimo do comunismo não pode ser o fascismo nem o capitalismo; o seu mais perfeito contraponto é o Cristianismo. Os esquerdistas, dialeticamente ateus, não toleram a Bíblia, a Igreja de Cristo e a família tradicional. Em sua lógica desumana e perversa, criam antíteses para desconstruírem as teses sociais vigentes, a fim de criar uma síntese opressora e assassina. Sabem eles muito bem que, enquanto houver cristãos em nosso país, não poderão estender seus tentáculos para tiranizar a nação. Eis porque, ensandecidos, buscam destruir as bases da moralidade cristã e os fundamentos da ética bíblica. Por isso mantenhamo-nos vigilantes.
O comunismo não foi destruído com o muro de Berlin. Antes, contido na Europa Oriental, não era tão ousado quanto hoje. Mas, derrubada aquela barreira, espalhou-se através de partidos ecológicos, agremiações culturais e organizações independentes. Sob a orientação da filosofia de Antonio Gramsci (1891-1937), vêm seus adeptos contaminando a cultura desde o jardim de infância à universidade. Infelizmente, até mesmo na teologia cristã, encontramos seus resquícios.
Num quartel do exército, em São Bernardo do Campo, havia um dístico que me perpetuou no espírito: “O preço da liberdade é a eterna vigilância”. A frase, pronunciada por Thomas Jefferson (1743-1826), fundamenta a democracia ocidental. Como o Brasil encontra-se num momento bastante delicado, cabe-nos orar e vigiar, para que não caiamos nas garras quer de uma esquerda oportunista e corrupta, quer de uma direita egoísta e impiedosa. Ambas têm como centro uma sede insaciável pelo poder.
Se os esquerdistas acham um paraíso viver sob o estandarte da foice e do martelo, que se mudem para a Coréia do Norte. Ali, até sorrir em determinados dias da semana é proibido. Então, choremos aos pés de Jesus Cristo, Nosso Senhor, para que se apiede do Brasil.
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