Quando pensamos na Igreja primitiva, nos vem logo à memoria a comunhão que eles tinham, no partir do pão e nas orações, e é isso mesmo! Mas qual o segredo disso? O que os unia?
Primeiro, havia nitidamente, logo após o Bastismo do Espírito Santo, a presença forte Dele agindo diretamente. Depois, eles estavam dispostos a se submeterem a essa ação espiritual, e por fim, entenderam que a ação do Espírito Santo no cristão, deve refletir em ações de fé.
Ao lermos Atos 2, vemos que só depois da ação espiritual que os deixaram cheios do Espírito, é que foram capazes de cumprirem verdadeiramente o propósito de Deus para os homens: Que vivessem em Comunhão com Deus e entre si mesmos (Jo 15.12). Visto que não iriam conseguir isso antes, pois somente o Espírito Santo pode convencer o homem do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8ss)!
Assim, transformados pela profunda ação espiritual, e guiados pelo mesmo Espírito, quebrantaram seu coração e ouviram o que Ele lhes dizia (Hb 3.7-8). E de uma forma natural, não forçada, totalmente espontanea, vendiam e repartiam o que tinham, tendo tudo em comum (At 2.44).
Nesse sentido, percebemos que não havia uma imposição para que todos vendessem tudo e distribuissem. Que mesmo em comunhão e na divisão dos bens, não havia se quer nenhuma menção de que era proibido ter algum bem, ou seja, era totalmente aceito entre eles pessoas ricas e abastardas, possuidoras de propriedades particulares, que também estavam em comunhão. Lembremos de José de Arimatéia e Nicodemos, homens importantes, ricos, mas que não foram impelidos a se desfazerem de seus bens. Isso por que a comunhão nada tem a ver com divisão por igual, mas sim em partilha aos mais necessitados, respeito a pessoa e principalmente atenção ao que o Espírito pede. Ora, se o mesmo Espírito Santo não requeriu de alguns que distribuissem tudo, se estes o fizessem, o estariam desobedecendo! Pois importa mais agradar a Deus do que aos homens (At 5.29). Deus é um Deus de justiça. E justiça não quer dizer dividir por igual, mas dividir pelo que cada um merece e precisa (I Co 3.13). O Senhor, não nos cobra pelo que não foi pedido, mas do que foi mandado, como o mandamento do Amor por exemplo.
Esse sim era o elo na igreja primitiva: o Amor. Pois se ele foi gerado a partir do Espírito (Gl 5.22), se cumprirá em nós a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus (Rm 12:2).
Pb. Lucas Santos
